MOVIMENTAÇÕES NACIONAIS PODEM FRUSTRAR PLANOS DE PETISTAS E SOCIALISTAS QUE FAZEM OPOSIÇÃO A RAQUEL LYRA E DE BOLSONARISTAS QUE A APOIAM

Após o PT de Pernambuco declarar oposição a Raquel Lyra, a tucana buscou aproximação com o PSD, de André de Paula e Gilberto Kassab, importante Partido da base de apoio de Lula. Há rumores até de que Raquel migraria para o Partido de Kassab.

POLÍTICA

BLOG DA NOELIA BRITO

8/10/20233 min read

FOTO: REPRODUÇÃO
FOTO: REPRODUÇÃO

O assunto político do momento, em Pernambuco, é a aproximação política de Raquel Lyra com o PSD de Gilberto Kassab, por intermédio do ministro da Pesca, André de Paula. Segundo os articuladores políticos do Estado, Raquel estaria disposta a entregar a Secretaria de Cultura a André de Paula, para ter um Partido de centro-direita, que tem assento no Ministério de Lula, na sua base de apoio. E não é qualquer Partido, para se ter uma ideia, enquanto o PSD, de Kassab, tem 43 deputados federais, o PSB, de João Campos, tem apenas 15. No Senado, o PSD tem 15 senadores, formando a maior bancada, enquanto o PSB tem apenas 4. O peso, portanto, na balança, do PSD é infinitamente superior ao do PSB.

A movimentação retiraria Cacau de Paula, filha de André de Paula, da Secretaria de Turismo e Lazer, de João Campos e assumiria a Cultura do Estado, que recentemente passou por uma crise, que culminou com a saída do secretário Silvério Pessoa, deixando a pasta convenientemente livre para acomodações políticas. João Campos é, hoje, o principal, talvez o único, postulante à sucessão de Raquel Lyra, que mal completou seis meses de governo, muito embora, para isso, João ainda tenha que passar com sucesso pela própria reeleição.

Para a COMPESA, especula-se que tenha sido de André de Paula a indicação de Alex Campos, que ocupa cargo na ANVISA, muito embora aqui e ali se queira vender a ideia de que se trata de uma escolha técnica, quando, até onde se sabe, o futuro presidente da COMPESA não tem qualquer know-how na área de saneamento ou abastecimento de água ou mesmo na gestão de uma empresa do porte da COMPESA, sempre exerceu cargos de assessoria, seja no ministério da Saúde, seja na ANVISA, mas esse já é assunto para outro artigo.

Ainda sobre a aproximação da governadora com André de Paula, que compôs a chapa de Marília Arraes que promove uma oposição feroz contra Raquel, já se cogita até de uma migração desta para o PSD, passando ela mesma a compor um partido forte da base de Lula e com isso abrindo caminho para que petistas também venham a compor seu governo oficialmente, esvaziando a expectativa do PSB de ver Lula e o PT apoiando não só a reeleição de Campos, mas sua pretensão à sucessão de Raquel. Mas o jogo que está sendo jogado pela governadora não é tão simples assim, pois ao PT interessa a vice de João Campos, o que daria ao Partido o retorno ao comando da Capital sem maiores esforços, já que João Campos é o único nome hoje com popularidade e cacife político para enfrentar a governadora que estará com a máquina do Estado na mão, máquina esta que ela mesma conseguiu derrotar recentemente, portanto, nem de longe imbatível. Se daqui para lá ela não conseguir recuperar os índices de popularidade que tinha ao iniciar o governo, a reeleição contra João Campos pode não ser tão fácil assim. Uma má gestão de Raquel Lyra pode implicar no retorno do PSB, porém, com o apoio de Lula e do PT, até maus gestores conseguem se eleger em Pernambuco. Exemplos não faltam e a história recente está aí para não nos deixar mentir.

Quem não deve estar gostando dessa movimentação é o bolsonarista Coronel Meira, que tem rasgado elogios à governadora, enquanto chama todo mundo de ladrão. A governadora que se cuide, pois se realmente se confirmar sua aproximação de Lula, o próximo alvo da metralhadora giratória - com o perdão do trocadilho - do fanfarrão Meira pode ser ela.